A primeira vez que Carlos Brum assistiu a um Campeonato do Mundo foi em 1986, na cidade do México. Ali, “apaixonou-se pelo desporto” e, quase 30 anos depois, tornou-se o maior adepto de Portugal.
Até à data, esteve presente em seis Campeonatos do Mundo, com o mais recente a ser o Mundial Qatar 2022. Destes, quatro deles – Alemanha 2006, África do Sul 2010, Rússia 2018 e Qatar – incluíram viagens pela estrada.
Através das suas viagens, já visitou 189 países (faltam-lhe mais ou menos 7 para ter percorrido o mundo inteiro, dependendo de a quem perguntar) e aprendeu 10 línguas (português, espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, grego, nepalês, tailandês e hindi).
A viagem ao Qatar foi feita numa nova carrinha, que também será utilizada no próximo ano para o Euro 2024 na Alemanha.
Em declarações ao The Portugal News, Carlos Brum disse que a sua viagem demorou “um mês e meio, de Portugal à Arménia”, onde teve de ficar durante mais de duas semanas, à espera de obter um visto para entrar no Irão, o país seguinte na sua rota.
A viagem iniciou nas costas ensolaradas de Portugal, passando por Espanha e depois França, Suíça, Lichtenstein, Áustria, Alemanha e República Checa, onde assistiu a um jogo. Depois voltou a descer pela Áustria, Eslovénia, Croácia, Sérvia, Macedónia do Norte e Grécia, antes de atravessar o Bósforo e chegar ao resto da Turquia, Géorgia e Arménia.
Infelizmente, não conseguiu mais, já que o seu visto de entrada no Irão foi rejeitado. Além disso, embora existisse a opção de viajar pelo Iraque ou Síria para fazer a ponte, Carlos considerou que não era “seguro” o suficiente, devido aos conflitos civis em curso em ambos os países. Acabou assim por trazer a sua carrinha de volta para Atenas, onde estacionou em casa de um amigo e voou o resto da distância até Doha.
Quando questionado sobre os momentos altos da viagem, Carlos mencionou a “Turquia, Geórgia e Arménia”. Os três países, dois deles divididos entre a Europa e a Ásia, foram elogiados pelo viajante pelas suas “paisagens maravilhosas”, caraterizadas por montanhas imponentes e florestas exuberantes na costa do Mar Negro.
Em suma, Carlos referiu que a “viagem correu bem, exceto aquilo que aconteceu no Irão”.
Para ele, as melhores partes foram a natureza, bem como as pessoas que conheceu nas aldeias que visitou. Ele pode não ter conseguido completar a sua jornada de início ao fim de carrinha, mas talvez a verdadeira viagem tenha sido os amigos que fez ao longo do caminho.
Carlos Brum certamente fará tudo o que estiver ao seu alcance para assistir ao próximo Campeonato do Mundo, que se realizará na América do Norte em 2026. O plano por agora é utilizar apenas os transportes públicos, uma vez que é difícil levar uma carrinha para o outro lado do oceano, no entanto, ele referiu que transportará a sua carrinha de balsa, se alguém estiver disposto a patrocinar.